"Coletivo Negro Kimpa" promove debate sobre "Colorismo" na UNESP

No último dia 06, o ciclo de debates abordou o “Negro de Alma Branca”

O culto à brancura, ou a ideologia da branquitude afeta a percepção da própria cor nos brasileiros. Isso se aplica também aos brancos, que admitem o mesmo discurso em suas consciências e o projetam na população negra.

A mistura de raças no Brasil iniciou-se pela violência dos homens brancos contra as mulheres escravizadas, negras e indígenas. As populações mestiças então se multiplicaram e formaram o grosso de nossa sociedade.

O IBGE hoje classifica a população brasileira através de cinco grandes grupos raciais: brancos, pardos, negros, amarelos e indígenas. Nem sempre foi assim. Usada como base para estabelecer conceitos para a inclusão da categoria de raça no censo de 1980, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD, de 1976, mostrou que a população brasileira “não branca” se identifica segundo uma escala de cores, com graus e tons. A pesquisa pinçou pelo menos 136 categorias diferentes “populações de cor”. O que denota confusão na percepção racial do brasileiro e, em parte, o sucesso do projeto ideológico de identidade nacional marcado pelo culto à brancura.


A heterogeneidade do povo negro é ignorada pela branquitude. A maioria negra no Brasil se dá ao colocarmos lado a lado negros e pardos. A esse fenômeno dá-se o nome de “Colorismo”. Nossa mídia, escolas, famílias costumes não nos preparam para esse debate. A conscientização racial da população é essencial para o fim do massacre.

Nesta sexta-feira, 20/03, às 17h, na sala de reuniões do Departamento de Comunicação Social da Unesp, o Coletivo Negro Kimpa promove debate sobre Colorismo, encerrando o primeiro ciclo de debates do grupo, “Branqueamento, Branquitude e Colorismo”.

Fundado em 2015, o Coletivo Kimpa reúne negros da comunidade universitária e promove reuniões abertas quinzenais no campus da Unesp. Outros temas estão previstos para serem debatidos ainda este semestre, como o mito da democracia racial, o femininismo negro e interseccional e a apropriação cultural. Venha participar conosco da construção de um futuro sem racismo.

This entry was posted on sexta-feira, 20 de março de 2015 and is filed under ,. You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. Responses are currently closed.